quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Arte 1 - Mea Culpa


Ontem eu dei uma entrevista para um canal de tv, vamos torcer pelos editores. Quando tenho que falar sobre o que eu faco é inacreditável minha inabilidade, o rapaz me disse que eu poderia repetir, mas eu não consegui por timidez, e ele não conseguiu, daí já não sei o por quê, logo eu que gosto do modo como as coisas são ditas, me interessa, mas não posso fazer sozinha em algo que eu nem sei como.
A cada pergunta eu entrava em túnel vertiginoso, e tudo se misturava e desaparecia. Segundo  Hilda Hilst, no livro de entrevistas, Fico Besta Quando Me Entendem, qualquer idiota pode ser espontâneo, eu fui espontânea, logo me tornei uma idiota.
Uma pergunta simples e eu não consegui responder, ou melhor, respondi da forma mais simples que podia, porque tudo o que já vi na vida, desapareceu.
Quais as suas inspirações, referências?
Eu tenho um vasto mundo de inspirações e só pude dizer que gosto muito de Ana Tereza Barbosa, a rainha do bordado...Rainha do bordado, por quê reduzir alguém que de certa forma, revitaliza essa técnica de bordado + bastidor para compor uma série, inspirando uma nova leva de artistas,  e eu  a reduzo a rainha, eu a considero muito mais do quê uma rainha, porque ela está muito além da sorte de nascer em berço esplêndido.
Uma grande artista e bordadeira, tem que dedicar-se para fazer o que ela faz, sendo refêrência mundial para outras artistas e bordadeiras  contemporâneas. A questão em si, é minha vulgaridade oral, misturada a um embaraço que me faz fugir de mim mesma diante os outros. Uma pena, podia ter sido ótimo, mas sou espontânea demais para entrevistas.

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